Nessa altura do campeonato, escrever sobre “Vingadores: Guerra Infinita” me parece uma ação que não será nada mais do que chover no molhado. Se você estava navegando na internet e por alguma razão chegou até aqui, é porque provavelmente já viu e leu muita coisa a respeito do filme. Mesmo que talvez não tenha assistido ainda, é meio impossível não saber o que andam falando por aí, e até mesmo quem sabe acabou esbarrando em algum spoiler acidentalmente (acredite em mim, isso aconteceu comigo e sei bem o quanto foi frustrante). Então minha missão aqui não será em momento algum resumir o longa ou tentar parecer uma crítica de cinema altamente treinada comentando sobre um blockbuster de um jeito técnico. Serei aqui nada mais nada menos que uma fã contando a experiência que foi assistir a “Guerra Infinita”. E se quiser embarcar nessa minha viagem (quase) interplanetária, fique tranquilo: Se Thanos exigiu meu silêncio, é isso que teremos aqui. Em outras palavras: NADA DE SPOILER.
Essa hype que a Marvel nos tem causado há mais de 10 anos já deixou de ser algo novo, já que desde o primeiro filme do Homem de Ferro já foram feitos mais de 15 longas dentro desse incrível universo, o chamado MCU (Marvel Cinematic Universe – Universo Cinematográfico da Marvel), então é de se esperar que não sobrem muitas sensações ou expectativas quanto a filmes novos. Obviamente, isso não é verdade.
Ainda que eu tenha comprado meus ingressos online com 4 dias de antecedência, foi por pouco que consegui uma vaga para assistir o tão aguardado filme, e chegando no cinema, notei aquele grande aviso informando que todas as Sessões de “Vingadores: Guerra Infinita” daquele dia estavam esgotadas. Até aí tudo bem, fazia poucos dias desde sua estreia, então não era nada anormal essa grande procura por cadeiras. Mas já na fila percebi que não estava em um filme qualquer, quando vi o menino que devia ter pouco mais que 7 anos, vestido com o uniforme completo do Homem-Aranha, me fazendo despertar para o que de fato todos nós iríamos fazer ali: testemunhar um acontecimento histórico.
O que os irmãos Russo tinham em mãos era muito potencial a ser aproveitado, e junto com ele uma grande oportunidade de falhar terrivelmente. Isso porque o público sempre espera mais: mais surpresas, mais inovações, mais emoção e menos clichês. Por sorte (dos irmãos e nossa também) o potencial do filme foi aproveitado ao máximo. Você não sai da sessão com aquela sensação de “podia ter acontecido mais coisas” ou “faltou isso ou aquilo”. A verdade é que “Vingadores: Guerra Infinita” é um filme completo, que cumpre o que promete, e é, entre tantas outras coisas, tudo o que um filme de herói deve ser.
O longa soube equilibrar a dose de tudo: desde o humor, que tanto reclamaram que tirava o tom de seriedade das histórias, até a ação, com cenas milimetricamente pensadas para provocar nos espectadores o que eles querem sentir: euforia.
É inexplicável a sensação de estar sentada em uma sala cheia de pessoas estranhas para assistir um filme, porém unir-se a elas em gritos entusiásticos a cada nova aparição de um personagem querido ou cena empolgante.
Cada vez que algum personagem é introduzido no longa, é como se encontrássemos um amigo querido que a muito não víamos, e acaba sendo impossível não soltar um suspiro, um comentário, um sorriso, ou até mesmo um desses gritos de pura satisfação por estar ali. Nós interagimos, de certa forma, com a história, e está aí um dos maiores diferenciais da Marvel, e quem sabe, a chave do seu sucesso.
Todas as histórias de todos os personagens da MCU caminharam para essa conclusão épica, e ainda sabendo que teremos “Vingadores 4” – que ainda segue sem divulgar o título completo – não há como não pensar que tudo foi planejado para chegar até ali: Thanos e seu plano grandioso. Se muitos não gostavam dos vilões relativamente “fracos” que a Marvel tinha apresentado até então, agora seguem sabendo que finalmente tivemos um vilão forte, cruel, imponente e que está a altura (ou até além) dos Super-Heróis mais poderosos da Terra.
Não há também como reclamar do pouco tempo em tela de um personagem, já que engenhosamente eles foram divididos em núcleos onde interagem entre si em “missões individuais”, mas que têm o mesmo objetivo: de impedir o titã louco de conseguir as joias do infinito.
E se antes era possível ter dúvidas a respeito da escolha do elenco, agora sabemos que não há sequer um erro quanto ao intérprete de cada personagem, indo dos clássicos como Chris Hemsworth, que provou por A mais B ser mais do que digno de interpretar o Thor que chamamos de nosso, até o quase “novato” Tom Holland, que surpreende na atuação e na fidelidade profunda com o amigo da vizinhança, Homem-Aranha.
Você ri, você chora, aplaude e se encanta nas 2h e 36min do filme, sabendo que a Marvel acertou MUITO, e conseguiu dar ao público sensações novas e surpreendentes. Uma parte bem curiosa foi o fato de todas as pessoas no cinema terem esperado a tão aguardada cena pós-créditos, e ao fim da cena, a agitação e comentários são inevitáveis, junto com diversas reflexões sobre o que você acabou de testemunhar, além de teorias e renovadas expectativas.
Saí da sala e me deparei com outras dezenas de pessoas que aguardavam para entrar na sessão seguinte, e entre essas dezenas de pessoas com olhares brilhantes e ansiosos, avistei um outro garoto, dessa vez com a fantasia completa do Capitão América. Foi ali que percebi, mais uma vez, o quanto essas histórias mexem com a gente. E mais do que isso, ao contrário do que pessoas como o James Cameron pensam, espero de verdade que essa hype de heróis demore muito a passar e que as pessoas não se cansem de ir para as longas filas de cinema para se permitirem entrar nesse universo mágico. Que se contentem, sorriam, aplaudam e gritem como crianças. É uma sensação única e uma felicidade singular que não são vistas todo dia.
Se Vingadores existe? Graças a Odin existe.
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