Vale a pena conferir: Stranger Things 2ª temporada




Sabe quando você acaba de assistir algo e fica uns minutinhos olhando para a tela da TV/Notebook/Tablet apenas pensando: "EU SENTI O IMPACTO"? Então, basicamente é isso o que acontece depois que você finaliza a segunda temporada de Stranger Things. Partindo de uma pessoa que assistiu a primeira temporada três vezes seguidas (no caso eu mesma), posso dizer que a ansiedade estava me matando por meses mas a espera valeu a pena e em nenhum momento tive minhas expectativas decepcionadas: os irmãos Duffer deram pros fãs tudo o que nós queríamos. Ainda não assistiu? Tudo bem, pode ler tranquilo essa primeira parte do post pois não tem spoilers! Já assistiu? Confira nossa opinião sobre alguns pontos importantes da temporada no final do post (bem demarcado quanto a spoilers).
Vamos lá?




Um ano se passou desde os acontecimentos da primeira temporada. A pacata cidade de Hawkins parece estar voltando ao normal, mas o que os habitantes nem suspeitam é que uma ameaça ainda maior paira sobre o local. Acompanhamos então o quarteto de amigos tentando acabar com novos seres do mundo invertido e lidando com as consequências do tempo que Will passou lá. Parcerias inusitadas, cenas de tirar o fôlego e muito mistério se desenvolvem nos 9 episódios da segunda temporada de Stranger Things.





Posso dizer que tive sorte de estar de férias quando a temporada foi liberada na Netflix e pude fazer a maratona de todos os episódios assim que saíram, mas a parte ruim é que quando acaba você fica com aquele gostinho de quero mais. 
Temos uma segunda temporada mais séria, sombria e "pesada" por assim dizer. Mesmo as crianças estão mais maduras, cada personagem entendendo a responsabilidade que  carrega. 
Existem cenas de arrepiar, tanto de surpresa quanto de pavor. Acertaram na dose de humor, de ação, de suspense e aventura, mas principalmente souberam dar continuidade a uma história tão bem contada na primeira temporada, amarrando algumas pontas que tinham ficado soltas sem perder a essência. 


Ah esse elenco infantil. O que dizer desses meninos que eu mal conheço e já considero pakas? 
Por mais que na nova temporada outros núcleos de personagens tenham recebido mais espaço, o foco sempre será nas crianças, e talvez esse seja uma das maiores cartas na manga da Netflix.

Começando pelo Mike Wheeler (Finn Wolfhard), posso dizer que foi um dos personagens que mais mudou durante o ano que passou. Não só fisicamente (quanto tempo eu dormi pra não ver ele crescer tanto assim?), mas também na personalidade. Ele pareceu mais recluso e fechado, principalmente pelo desaparecimento de Eleven no final da primeira temporada. O Mike Emo (apelido dado pelo elenco) continua um bom amigo, companheiro e racional, mas a sua "liderança" não é tão efetiva mais, e acabamos vendo mais dos outros garotos a frente do grupo, o que não é de fato ruim. No episódio 9 temos uma atuação emocionante de Finn em uma cena em que consegue passar muita emoção mesmo sem dizer nada. É impressionante.

Falar de atuação impressionante é impossível não falar de Will Byers (Noah Schnapp). Se na primeira temporada ele foi um personagem com poucas falas (ainda que de extrema importância para o desenrolar da história), na segunda tivemos muito de Will. Mas principalmente, muito de Noah. A verdade é que o personagem passou por experiências bem traumáticas, e nos novos episódios acompanhamos o que houve com o menino depois de tudo e as consequências do seu tempo no mundo invertido. Temos cenas de grande eixo emocional, o que exigiu muito do ator que conseguiu superar qualquer expectativa. O menino consegue arrancar lágrimas ao longo de vários episódios com uma grande facilidade de demonstrar medo, tristeza e dor. Seu talento como ator é indiscutível, você se compadece e acredita de fato em tudo o que ele faz e diz. Foi uma atuação de tirar o chapéu. E digo mais: Se Noah Schnapp não for pelo menos indicado ao Emmy, eu só sei que nada sei.

Lucas Sinclair (Caleb McLaughlin) teve bem mais espaço na segunda temporada. Além de conhecermos sua família (seus pais e sua hilária porém irritante irmã mais nova), vemos Lucas tomando decisões importantes quanto ao grupo e demonstrando muita coragem em momentos de muita tensão. É difícil falar de Lucas sem acabar deixando escapar algum spoiler, mas posso adiantar que sua dinâmica com Dustin é ainda mais engraçada do que na primeira temporada, mas principalmente seu relacionamento com a novata Maxine é o que mais expôs o lado sensível e companheiro do personagem. 

Muita gente diz que Dustin Henderson (Gaten Matarazzo) é o melhor personagem da série. Com certeza quem acha isso não se decepcionou com o personagem nessa temporada. Dustin continua com o seu jeito cômico, espontâneo e desengonçado que adoramos, mas ele é sem dúvida um dos pontos mais importantes no desenrolar dos episódios. Isso porque é ele que ajuda os amigos quando estão em apuros, e por várias vezes toma sozinho a iniciativa para resolver problemas. Além de uma melhor dinâmica com Lucas, como falei acima, ele também tem uma parceria bem inusitada com outro personagem da série e rouba a cena com a sua descoberta de uma espécie nova de réptil (um pet muito fofo aliás. ou quase isso). Ainda que Dustin tenha o dom de arrancar sorrisos e gargalhadas, também descobrimos que ele facilmente consegue nos emocionar em cenas mais dramáticas.

E é claro, por último mais não menos importante, temos a nossa querida Eleven - ou Onze, que seja -  (Millie Bobby Brown), que facilmente rouba a cena sempre que aparece. A personagem em si tem bastante presença, já mais experiente, com incríveis demonstrações de poder e personalidade. Mas claro que temos seus dramas internos a flor da pele em vários episódios, e vemos El enfrentar cada um deles com o passar do tempo, isso tudo com Millie dando um show de interpretação, como sempre, arrancando lágrimas e emocionando geral. É incrível poder ver a evolução de uma personagem tão querida sendo tão bem representada, não só na atuação, mas também no roteiro que permitiu que explorássemos mais de Eleven.



O elenco adulto teve uma relevância diferente nessa temporada, já que na primeira tivemos muitos episódios onde os personagens não tinham nem ideia do que estava acontecendo, e somente nos últimos episódios temos uma reunião de todos para enfrentar o Demogorgon e salvar Will. Mas agora todos já sabem do mal que assombra Hawkins, e isso é um aspecto bem diferente e muito interessante.
Temos uma Joyce Byers (Winona Ryder) super protetora , com medo do que pode acontecer com seu filho depois do susto de perdê-lo durante a primeira temporada. Seu filho mais velho, Jonathan (Charlie Heaton) também está com cuidado e atenção redobrados com Will, além de sua preocupação com a situação do mundo invertido e é claro, seu crush complicado pela senhorita Nancy Wheeler (Natalia Dyer). Nancy inclusive tem bastante relevância nessa temporada, além de todo o triângulo amoroso com Jonathan e Steve, ela deseja muito fazer justiça pela morte de Barb (aliás todo o fandom né querida, mas enfim) e sabe que terá de sair da zona de conforto para de fato fazer diferença quanto a tudo que aconteceu.
Jim Hopper (David Harbour) é o Xerife de Hawkins, que precisa agir como se nada tivesse acontecido, mas ainda assim investigar todas as coisas estranhas (há, entendeu? Stranger Things, coisas estranhas... Tá, parei) que estão acontecendo em vários locais. Ele ainda precisa lidar com questões pessoais que tiram bastante do seu tempo (pode deixar que esse spoiler eu guardo).
E a maior surpresa da temporada fica por conta de Steve Harrington (Joe Keery), que tem muito mais destaque nos novos episódios. Ele se mostra uma pessoa boa e corajosa por diversos momentos (além de hilária, obviamente), se distanciando completamente do mané que ele foi na primeira temporada. A verdade é que, você pode até não curtir o Steve com a Nancy, mas depois de ver a segunda temporada eu duvido muito que você tenha a mesma impressão do personagem.


Tivemos espaço para personagens novos que tiveram muita relevância mesmo sendo os "novatos". Para evitar spoilers, não me aprofundarei muito sobre eles, mas como já era de se esperar, os irmãos Maxine (Sadie Sink) e Billy (Dacre Montgomery) trouxeram um novo tom à série. Primeiramente Max, que é a primeira menina desde Eleven a andar com os garotos, e a melhor parte é que poderiam ter colocado um clichê de menina delicada, mas a personagem é forte, decidida, que anda de skate e curte video games (o que choca bastante os meninos).
Em contrapartida, o bad boy Billy é o oposto, e representa o "vilão humano" da série, designação dada pelos irmãos Duffer, que disseram que Billy seria tudo o que o Steve acaba não sendo, aquele adolescente rebelde que não respeita regras e arruma treta por onde passa. É claro que nenhum personagem é superficial na série, então temos uma explicação do porquê de Billy ser do jeito que é.
A adição mais incrível ao elenco foi a de Bob (Sean Astin), primeiramente porque se trata de Sean Astin, o Sam de trilogia "Senhor dos Anéis" e o Mikey Walsh de "Os Goonies" - filme que serviu de referência na criação de Stranger Things - mas também porque o  personagem trouxe um novo tipo de leveza à série. Bob é um personagem carismático, que gostamos logo de cara pelo seu jeito atrapalhado e doce, mas que se mostra muito forte com o passar dos episódios, sendo um grande aliado para Joyce e as crianças.



Ao final da temporada, a Netflix te encaminha para o especial "Beyond Stranger Things", uma série de entrevistas com os criadores e elenco onde eles discutem cenas e temas importantes, e nós conhecemos o ponto de vista dos atores sobre seus personagens. Nem preciso dizer que esse especial está CHEIO DE SPOILERS, mas vale a pena assistir assim que acabar o episódio 9 da temporada 2. São conversas bem engraçadas, esclarecedoras e interessantes, e é indispensável para quem é fã. 

A divulgação pesada da série parece estar gerando bons frutos. Além de um horário comprado em TV aberta, no SBT na noite do dia 28 de outubro, onde transmitiram o primeiro episódio da primeira temporada, tivemos diversas jogadas de mestre com entrevistas e vídeos hilários, como o com a participação da Maria Antonieta de Las Nieves, nossa eterna Chiquinha, passando pelos mesmos testes que Eleven costumava passar no Laboratório. Se não viu ainda, não deixe de conferir clicando aqui.

Outra coisa bem interessante foi a parceria entre Netflix e Spotify que criaram uma espécie de "Teste de Personalidade" pra descobrir quem você é em Stranger Things de acordo com o seu gosto musical. 
Eu descobri que sou o Will. E você, quem seria? Pra descobrir é só clicar na imagem abaixo.
Ah, e o mais legal é que quando você ouve a playlist pelo aplicativo no computador, você vai parar no Mundo Invertido (sério mesmo, experiência muito criativa).

Eu sou o Will porque sempre me pergunto: Shurastei ou Shuragou?


Na melhor das hipóteses teríamos uma temporada quase tão boa quanto a primeira, mas ela repete de fato a mesma qualidade que tivemos no inicio de Stranger Things. Temos a mesma essência remontada para uma segunda temporada que surpreende em diversos aspectos e não decepciona nem fãs e nem curiosos. O segredo do sucesso está nas referências oitentistas que os irmãos Duffer conseguem usar com maestria, dando aquela sensação nostálgica para quem assiste (mesmo quem não chegou a viver de fato os anos 80), mas dosando a suavidade e inocência que são passadas por um elenco infantil maravilhosamente selecionado, e um terror psicológico presente em clássicos do suspense  que prendem o espectador até o fim. Acompanhado de um roteiro bem inovador, ainda que rebuscado em outras produções, como "Tubarão" e "Conta Comigo" , temos efeitos especias incríveis e uma trilha sonora fantástica, com nomes como Bon Jovi, The Police e The Clash. 
"Stranger Things 2" não deixa a desejar em nada, estando repleta de detalhes incríveis e bem pensados, sendo uma das mais incríveis produções da Netflix e sem dúvidas uma das melhores séries já feitas. 
Pode confiar no que eu digo, pois sou sua amiga, e AMIGOS NÃO MENTEM.






Na expansão do post abaixo coloquei algumas considerações sobre a segunda temporada, mas a partir daqui essa postagem tem spoilers, então se você ainda não assistiu a segunda temporada de Stranger Things, eu digo NÃO CONTINUE A LER.







Apenas por desencargo de consciência, reforçando, se você não assistiu a segunda temporada, pare de ler imediatamente.
Continue por sua conta e risco.























Então, apenas para comentar alguns fatos importantes que chamaram a minha atenção:

1 - Sobre o Bob: ainda que os criadores tenham pensado em desistir no meio do caminho, foi uma morte necessária para dar um tom mais sério e de real perigo para a série. A cena em si merece aplausos pela intensidade e violência, mas convenhamos que é difícil de olhar e principalmente, é de partir o coração.

2 - Dustin e Steve: que dinâmica interessante foi criada com esses dois. Steve roubou a cena por várias vezes como a "babá" e está conquistando muitos fãs agora que mostrou seu lado mais sensível e companheiro. A cena do baile onde ele aconselha Dustin foi cômica até o momento onde Dustin não consegue um par e senta sozinho para chorar. Diga o que quiser, mas aquilo lá também é de partir o coração.

3 - Dart: por mais que ele tenha matado a Miau (#JustiçaParaMiau), seria interessante caso os personagens continuassem com um relacionamento com o Demodog, já que Dustin provou que cuidar de Dart todo aquele tempo valeu a pena no fim das contas. Assim como a Mistério S.A. precisa do Scooby de mascote, por que não um Demodog para as crianças? Tá, parei.

4 - Jornada da Eleven: eu tenho que admitir, ainda que o relacionamento entre Eleven e Hopper tenha sido interessante, achei o episódio 7 bem monótono. Foi bom para trazer a questão do "Pai" dela de volta, mas o ritmo do episódio não me conquistou, mas entendo essa ser uma história necessária para o desenvolvimento da personagem. Em contrapartida, a versão Punk dela foi incrível, o visual foi bem legal, o que fez da chegada dela uma cena icônica.

5 - Reunião de Eleven com o resto do grupo: Demorou mas aconteceu, e cara, foi genial! Não só pelo fato dela já chegar matando o Demodog, mas a reação de cada um foi espetacular, principalmente de Mike. O reencontro deles foi sim bem emocionante, e toda aquela carga emocional e talento na atuação nos faz até esquecer que no fim eles são apenas crianças.

6 - Nancy e Jonathan: Acho que todo mundo já sabia que iria acontecer em algum momento, até o Steve já estava meio que conformado. A parte boa é que muitos fãs pediram por isso e os produtores atenderam, mas não tomaram muito tempo da temporada explorando isso, até porque não haveria espaço para tanto, com tudo o que estava acontecendo com Will. Mais uma vez, souberam a dose certa até mesmo no romance.

7 - Justiça para Barb: Outro elemento que foi muito pedido pelo público, já que muita gente reclamou do fato de basicamente ninguém (nem mesmo Nancy) dar muita importância para a morte da garota. Tudo bem que todos assinaram um termo de confidencialidade quanto aos acontecimentos da primeira temporada, mas nada disso pareceu ao menos incomodar os personagens, que continuaram normalmente com suas vidas. Mas então, muito sabiamente aproveitaram a necessidade de expor o laboratório como oportunidade de esclarecer aos pais de Barb o que realmente houve com a garota e dar a ela pelo menos um funeral digno. Aprendendo com os erros, o mesmo não se repetiu com a morte de Bob, que foi bem intensa e triste, com os garotos lembrando que ele fundou o clube AV e principalmente, com Joyce provocando dor no próprio filho para vingar a morte de Bob (aliás, palmas para todo o elenco, foi uma cena forte e muito bem feita).

8 - O Baile e o que vem depois: Os irmãos Duffer disseram que o Baile foi traçado como plano final para temporada desde o início, então acontecesse o que acontecesse, tudo caminharia para aquele final, o que foi compreensível. Foi um final bonitinho, onde todo mundo estava feliz, junto dos amigos, dos crushes e confiantes de que tudo tinha terminado bem. Aí, nas últimas cenas veio um "Só que Não!" bem grande, com as imagens do mundo invertido onde vemos que o "devorador de mentes" ainda está lá, a espreita, provavelmente bem irritado por ter sido aprisionado novamente.
Antes de Stranger Things 2 haviam muitas teorias de que Will seria o monstro, o que de uma certa forma acabou se tornando verdade. A questão é, será que realmente ele já está "limpo" dos vestígios do Mundo Invertido? Será que a exposição que o laboratório sofreu na mídia de fato acabou com os experimentos? Ainda que a maioria das pontas soltas tenham sido amarradas, ainda resta a dúvida de como esses seres terão contato de novo com o nosso mundo. Será que eles voltarão para a Terra ou alguém vai parar lá de novo? O mundo estará aberto a teorias por dois anos, até que finalmente em 2019 tenhamos a terceira temporada para matar a curiosidade.
Até lá, faça como eu e assista mais umas três vezes.



Um abraço :*



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