Relembrando "Rock Star" (2001)



Resolvi falar hoje de um filme que foi lançado há quase 20 anos, mas que só fui assistir recentemente e até agora não consegui processar o fato de eu ter demorado tanto para assisti-lo. A verdade é que até então eu nunca tinha ouvido falar na produção, e se não fosse por uma indicação de um amigo, que me convenceu rapidamente que se tratava de um filme interessante ao me contar que um dos meus cantores favoritos fazia uma ponta na história, eu muito provavelmente continuaria sem saber de sua existência.
Falo de "Rock Star", um filme de Stephen Herek lançado em setembro de 2001, que conta com um roteiro muito improvável, mas surpreendentemente baseado em um caso real que ocorreu com a banda "Judas Priest", quando o vocalista original Rob Halford foi substituído por Tim "Ripper" Owens entre 1996 e 2003. Ripper era vocalista de uma banda cover/tributo do próprio "Judas Priest". No fim das contas, após "Rock Star" receber uma história mais "enfeitada por Hollywood" do que a real, a banda acabou solicitando que mudassem alguns detalhes para não serem associados à produção, mas hoje em dia todo mundo sabe que eles foram a inspiração do longa.
É um filme cativante de diversas maneiras, e se você assim como eu curte o bom e velho rock n' roll, vale super a pena assistir, nem que seja para acompanhar um novo ponto de vista do mundo da música, ou conhecer uma trilha sonora sensacional.


Nos anos 80, em pleno auge das bandas de heavy metal, roupas de couro e cabelões, Chris Cole (Mark Wahlberg) é um vendedor que também é vocalista de uma banda tributo de seu grupo favorito, o "Steel Dragon". Em meio a apresentações pequenas e uma vida um tanto quanto pacata, ele vê tudo mudar quando recebe uma ligação e acaba se tornando o novo vocalista do "Steel Dragon", tendo que provar para os fãs que merece a honra de estar a frente da banda, além de passar por todo um processo de evolução pessoal.
Por mais clichê que essa história de "protagonista erra e tenta aprender com seus erros" possa parecer, em momento nenhum isso prejudica a qualidade ou diversão do longa, que equilibra ótimas situações cômicas com os dramas que acontecem nos bastidores das vidas de astros do rock, além de cenas muito bem ambientadas e representativas de shows de heavy metal, que são de tirar o fôlego. 

Confira o trailer:

          

Uma das questões mais legais levantadas pelo filme, é a grande ideia que paira na cabeça de todos que são fãs de música e que já sonharam em algum momento serem artistas de sucesso: "minha vida seria muito melhor se eu fosse meu ídolo". Ao vermos Chris como frontman de sua banda favorita, acompanhamos uma jornada que provavelmente já fez parte do imaginário de muita gente, e vê-la representada tão fielmente nas telas, tanto o lado bom quanto o ruim é fascinante, e talvez seja um dos principais acertos do longa. 
Uma de minhas cenas favoritas, foi o momento em que Chris vai fazer o primeiro ensaio fotográfico como novo integrante da banda, e apesar do fotógrafo insistir que ele faça "cara de mau", o rapaz não consegue segurar grandes sorrisos, visivelmente feliz por estar ali. Qualquer um nessa situação faria a mesma coisa, né?



Além de ótimos atores como Mark Wahlberg, Jennifer Aniston, Timothy Spall e Jason Flemyng, a produção conta com grandes nomes do rock, como Zakk Wylde (guitarrista da banda do Ozzy Osbourne e vocalista do "Black Label Society"), Jason Bonham (filho do baterista do "Led Zeppelin" John Bonham), Jeff Pilson (baixista do "Foreigner") e Myles Kennedy (vocalista da banda do Slash e do supergrupo "Alter Bridge"). 
Myles, que particularmente é um dos meus cantores favoritos do mundo (e do universo com todas suas galáxias e foi, como disse anteriormente, a razão por eu ter me interessado pelo filme) participa de uma das melhores cenas do longa, além de ter sido o único ator que teve sua voz real usada na produção (e que voz, né amigos).


Myles Kennedy em cena de "Rock Star"
Por último mas não menos importante, eu não poderia deixar de citar a incrível trilha sonora, afinal de contas, em um filme sobre rock não podem faltar boas músicas, e de fato isso tem de sobra no longa. Ainda que a banda "Steel Dragon" seja fictícia, as músicas presentes em "Rock Star" como sendo pertencentes ao grupo são ótimas (algumas adaptadas de outros artistas), além de canções de bandas como Bon Jovi e Mötley Crüe, que também tocam como plano de fundo em cenas incríveis.

Vou deixar aqui um link com uma playlist no YouTube das músicas da banda fictícia "Steel Dragon", e talvez você seja mais um dos que desejarão secretamente que eles fossem uma banda real.


Mesmo com um grande potencial em mãos, o filme não fez lá grande sucesso na época que foi lançado, não só pelo fato de algumas pessoas considerarem o roteiro cheio de clichês (o que eu não acho que de maneira nenhuma torna um filme ruim), mas também porque foi lançado dias antes do atentado de 11 de setembro, o que acabou tirando a atenção do lançamento.
Mas a verdade é que "Rock Star" é um longa divertido, cativante, que te mantém interessado do começo ao fim e que está cheio de boas referências ao nostálgico heavy metal dos anos 80, e mesmo para quem não viveu nessa época, é indicado para todo aquele que curte hard rock, além de ser muito fácil se identificar com os personagens, principalmente os que representam os "fãs".
Se você, assim como eu, não conhecia o filme, vale muito a pena conferir, nem que seja apenas para se levantar e gritar (entendedores entenderão).




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