Vale a Pena Conferir: A Bela e a Fera



Sabe aquela sensação de assistir um filme e ficar tão conectado a ele que não se percebe a hora passar e mesmo depois dos créditos, você continua repassando os detalhes? Bem, se já teve essa sensação vai saber do que estou falando, mas principalmente vai se identificar com essa obra encantadora chamada de "A Bela e a fera". Tive o prazer de assistir o filme em 21 de março de 2017, e preciso dividir essa experiência para convidá-lo a assistir também.

                               

Houve desde o começo muita especulação referente a qualidade e ao quão parecido o filme seria do longa animado de 1991. Sabia-se que seria um filme bem produzido (afinal de contas, é da Disney que estamos falando), porém seria ele de fato capaz de suprir as expectativas dos fãs aflitos? Pois bem, está aqui o que tenho a dizer:


Falando como alguém que cresceu assistindo a clássica versão animada, fui com uma certa arrogância pronta para procurar diferenças e colocar defeitos (não me orgulho disso), pois esperava encontrar uma releitura completamente diferente, e acreditava que a publicidade estava apostando em liberar nos trailers e teasers, somente as poucas cenas fiéis. Nem preciso dizer o quanto estava errada.
Tive o privilégio de ir ao cinema com a minha mãe, que sempre assistiu ao desenho comigo e que, devo dizer, é tão fã quanto eu, e nos primeiros segundos do longa, assim que a música misteriosa de abertura começou a tocar (a mesma da versão animada), imediatamente uma olhou pra outra, e sorrindo (no meu caso, também chorando) constatamos que estávamos prestes a testemunhar a versão mais fiel que poderíamos pedir. Nas próximas 2 horas e 9min, eu era uma criança novamente.





Atualmente, onde, permita-me dizer, a indústria cinematográfica esta faminta por grandes bilheterias e lucros, acabam deixando de lado o que em meu ponto de vista era pra ser o objetivo principal de se lançar um filme: fazer o expectador sonhar. Mesmo um filme de drama ou terror tem essa capacidade, ao fazer quem assiste deixar a sua realidade e mergulhar dentro de uma narrativa capaz de despertar sentimentos bem reais.
A produção de A Bela e a Fera com certeza visou (muito bem, por sinal) a grande bilheteria que estava por vir, mas felizmente, não foi um filme feito "por fazer", ou em outras palavras "empurrado de barriga". Cada detalhe foi muito bem pensado para agradar a gregos e troianos, e o resultado está não só na ótima recepção, mas nos olhos brilhantes de cada um ao sair da sala do cinema, onde temos a sensação única de voltar para um sonho que começou há tantos anos atrás.



A fidelidade é sim o êxito principal do filme, onde temos pontos bem pensados desde as falas dos personagens, até as roupas e cenários, e passando pelas clássicas musicas (o que aliás foi um grande acerto, ao manter as mesmas musicas da versão de 1991). É impossível não cantar junto (sim, eu fiz isso) ou até prever algumas falas (também fiz isso. Desculpa ai pessoal que estava na mesma sessão que eu). Preciso salientar principalmente a cena do baile, onde a canção tema é cantada e cada particularidade foi mantida, sendo extremamente emocionante (chorei de soluçar inclusive) tamanho o respeito que tiveram em manter cada lindo detalhe dessa passagem icônica.  O fato é que, se você quer ver um dos melhores longas de animação já criados sendo fielmente representados por atores de carne e osso, não perca tempo e vá logo assistir.

Mas aí você pergunta "vou pagar pra ver um filme que eu já vi, certo?". Errado!
Há sim muita coisa nova, como detalhes sobre o passado dos protagonistas, cenas "extras" dos momentos de Bela no castelo, e personagens que não existiam na primeira versão mas encaixam perfeitamente na história, lhe dando mais profundidade. Há até novas musicas que têm a mesma capacidade de encantar. Então sim, vai agradar a todos: de crianças a adultos, de fãs a pessoas que não sabem diferenciar um candelabro de um castiçal (pega essa referência).





Não que houvesse alguma dúvida quanto a isso, mas o elenco não poderia ser melhor. Começando pela linda da Emma Watson (nossa eterna Hermione) que interpretou uma Bela encantadora e adorável, ainda assim bem concreta e verdadeira, se afastando um pouco daqueles estereótipos de princesa encantada, apática por esperar acontecer e não fazer acontecer. Corajosa, inteligente, gentil e com uma delicadeza que somente a Emma poderia lhe dar. Seus traços graciosos lembram muito os traços da Bela versão animada, e não precisa mais do que alguns minutos em cena para conquistar quem lhe assiste do outro lado da tela. Suas roupas (principalmente o clássico vestido amarelo) estavam também igualmente impecáveis.


Outro que surpreendeu foi o sensacional Luke Evans interpretando Gaston (que não lembro se tem dois "T"s),  o vilão da história. Sua versão é leal e extremamente cômica, rendendo muitas passagens que arrancam sorrisos e gargalhadas, tendo uma imagem agradável e até carismática, mesmo para um personagem malvado (se bem que até metade do filme eu estava torcendo por ele). Ele fez um Gaston que amamos odiar (ou odiamos amar) e o seu desenvolvimento ao longo da trama é bem interessante, já que a princípio seu maior defeito é o excesso de autoconfiança e narcisismo (o que vamos combinar, é tão comum na sociedade que já estamos até acostumados) mas com o passar do tempo vemos um lado perverso aflorar. Junto a Gaston temos o seu fiel escudeiro LeFou, interpretado pelo divertido Josh Gad, que conseguiu roubar a cena e nossos corações, mesmo sendo também um meio quase que talvez quem sabe "vilão".  


Dan Stevens teve que suar para nos convencer tanto como fera quanto como príncipe, dando sua voz e capturas faciais para um personagem que nos conquista facilmente, transmitindo um ar triste e ameaçador ao mesmo tempo. O romance entre os protagonistas não soa forçado, e é algo tão natural que é encantador o modo como a relação entre eles se desenvolve (ainda que visualmente seja estranho, realmente). Quando finalmente a maldição é quebrada (isso não é spoiler né) sua aparência física é tão parecida com a do desenho que dá quase para acreditar que a animação foi traçada com ele em mente.























Os personagens animados poderiam dar tremendamente errado, pois afinal de contas, são objetos falantes de CGI que precisam demonstrar emoção. Era uma missão complicada para o pessoal da produção, mas essa missão foi concluída com sucesso, quando já nem olhamos com estranheza para um guarda-roupa cantor ou um relógio mal humorado. São personagens cativantes incrivelmente interpretados por grandes nomes, como Sir Ian McKellen, Emma Thompson e Stanley Tucci. 
A importância deles para o desenrolar da história é tão grande quanto a de Bela, por exemplo, já que por vezes assistimos através de seus olhos (ou no caso de Horloge, engrenagens) o que está acontecendo (estamos vendo alguma coisa acontecer ♫) e temos outra perspectiva de um roteiro bem bonito e amarrado.


           



Em nenhum aspecto o filme deixou a desejar. Existe uma infinidade de palavras que podem ser utilizadas para descrever o longa, como fascinante, esplêndido, encantador, emocionante... Ele supera todas as expectativas e é certamente um marco para os estúdios Disney (que já está batendo vários recordes ao redor do mundo). Podem falar o que for, mas essa capacidade que os filmes em geral têm de nos fazer sonhar é algo único, e em particular com "A Bela e a Fera", temos esse prazer nostálgico que nos deixa em êxtase todo o tempo, nos transportando para uma época muito distante quando éramos crianças e acreditávamos em conto de fadas. Ao subir dos créditos, há na sala do cinema aquela felicidade que costumávamos sentir ao ler o famoso "e viveram felizes para sempre", e transmitir esse tipo de plenitude não é pra qualquer um. 

Como comentário pessoal, quando as luzes acenderam e eu olhei para a minha mãe, ela também estava com os olhos marejados, já que pudemos dividir a emoção de não apenas se encantar com a melhor adaptação de um clássico que já tivemos, mas de ter essa singular sensação de nostalgia, ao sonhar com uma história que conhecemos bem ao longo da vida.
Ao assistir produções assim eu constato sem sombra de dúvidas que bons filmes fazem nossa vida melhor. 
Então querido leitor, se ainda te resta alguma dúvida se deve assistir ou não, eu lhe digo uma coisa: que se permita sonhar. Você não vai se arrepender.





"Tale as old as time, song as old as rhyme, Beauty and the Beast..."





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